O que é a Doença de Parkinson (DP)?
A Doença de Parkinson é caracterizada como uma enfermidade neurodegenarativa.
Essa doença tem como características desordens no sistema nervoso central (SNC),
devido à ocorrência de degenerações das células dopaminérgicas da substância
negra, localizada no mesencéfalo. Não se sabe, entretanto, o motivo do
aparecimento desses distúrbios. Há ocorrência de distúrbios motores, devido à
deficiência na produção de dopamina, que é um neurotransmissor responsável por
movimentos voluntários automáticos, aqueles que não precisam ser pensados para
serem realizados. Ou seja, os portadores dessa doença têm dificuldades para
fazer movimentos voluntários, tendo tremores ao se movimentarem. Entretanto,
outras regiões do SNC podem ser acometidas pela doença, podendo levar a
disfunções na produção de outros neurotransmissores.
Qual é a relação entre Doença de
Parkinson (DP) e estresse oxidativo?
Existe uma relação entre os danos na substância negra,
causados pela Doença de Parkinson, e a acumulação de ferro no organismo. O ferro,
por ser um metal de transição, pode servir como catalisador no processo de
formação de radicais livres por meio da reação de Fenton, por exemplo. Esse aumento na
formação de radicais livres leva ao desequilíbrio da relação entre a quantidade
de radicais livres e a quantidade de antioxidantes, levando ao estresse
oxidativo, além de causar mais danos às células neuronais. Existem também
relações entre DP e o aumento da lipoperoxidação de membranas, a oxidação de DNA e o esgotamento
de GSH. GSH é a forma reduzida da Glutationa, que é antioxidante, regulador de
outros antioxidantes e agente detoxicante.
A terapia para o tratamento no início da DP com 3,4-dihidroxifenilalanina
(L-DOPA), que é precursor da dopamina, pode ser também uma causa de estresse
oxidativo, levando ao agravamento da DP. O grande problema desse tratamento é
que a dopamina é geradora de peróxido de hidrogênio (H2O2)
por meio da via monoamino oxidase B. O peróxido de hidrogênio, ao se combinar
com um metal de transição, dá origem ao radical hidroxila (OH*), que é o radical livre
mais reativo de todos e causa maiores danos ao organismo. Pode-se observar isso
por meio das reações abaixo:
Dopamina + O2
+ H2O --> L-DOPA + H2O2 + NH3
Fe2+
+ H2O2 --> Fe3+ + OH- + OH*
Existem também de que uma distribuição anormal de ferro nas
células da substância negra, enquanto ativas, levaria a uma maior formação de
radicais livres, aumentando o estresse oxidativo.
Se essas hipóteses a respeita da relação entre radicais
livres e a DP estiverem corretas, tratamentos baseados em antioxidantes poderão
ser adotados pra o controle dessa doença.
Outras doenças que têm relação com os radicais livres serão
abordadas em posts posteriores.
Fontes:
Hermes-Lima, M. Oxidative Stress and Medical Sciences, Chapter 1.
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