quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Estresse Oxidativo e Diabetes Mellitus


 Diabetes mellitus (DM) é uma condição na qual o pâncreas deixa de produzir insulina ou as células param de responder à insulina que é produzida, causando hiperglicemia. Existem dois tipos principais da doença: o diabetes tipo 1 (DM1) e o tipo 2 (DM2). O DM1 resulta da destruição das células beta, produtoras de insulina, por uma resposta auto-imune, é predominante na infância e na adolescência; enquanto que o DM2 ocorre quando não há produção suficiente de insulina pelo pâncreas ou quando o corpo torna-se menos sensível à ação da insulina, é considerada uma das grandes epidemias do século XXI, e o nível de incidência em crianças e em adolescentes vem aumentando.
A principal etiologia para a mortalidade e grande morbidade dos diabéticos é a aterosclerose. A hipótese para a lesão inicial é a disfunção endotelial, já que o endotélio dos vasos sanguíneos tem papel fundamental na manutenção das características de fluidez do sangue, tônus vascular e sua permeabilidade, sendo o óxido nítrico derivado do endotélio (e-NO) o principal protetor contra a moléstia. 
A hiperglicemia, em indivíduos com altos riscos de desenvolver DM2 está associada a um aumento do estresse oxidativo, levando a um incremento na formação de radicais oxigênio tais como o superóxido, que reage com o e-NO levando à sua degradação, no DM1 o estado diabético predispõe para a alteração endotelial, mas não é suficiente para causá-lo. O mecanismo que parece ser comum a todas as células lesadas, como consequência da hiperglicemia, é a produção aumentada de ROS, sendo esta hipótese capaz de unificar todas as vias. A hiperglicemia leva a aumento da PARP (poli ADP-ribose polimerase), enzima envolvida no reparo de danos ao DNA, e consequentemente, à diminuição da GAPDH (gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase), responsável pela metabolização final da glicose, ativando todas as vias.    


Além de a diabetes mellitus ter relação com a aterosclerose, essa doença pode afetar as estruturas pulmonares. Um dos fatores responsáveis pelas alterações pulmonares também pode ser o estresse oxidativo. O mecanismo responsável pelo desenvolvimento é a hiperglicemia, que ativa a via dos polióis, a qual eleva a produção de sorbitol. Esse aumento ocasiona um estresse celular que leva à diminuição das defesas antioxidantes intracelulares. Ainda pode ocasionar um aumento na concentração dos produtos da glicosilação avançada, alterando assim a função celular. Não obstante, a hiperglicemia pode ainda ativar fatores de transcrição nuclear desencadeando um aumento na expressão de mediadores inflamatórios. A combinação desses mecanismos irá alterar a produção de oxidantes, causando o estresse celular e o consequente dano estrutural.

                                          

Os tratamentos atuais para o diabetes incluem controle glicêmico e de pressão arterial, agentes hipolipemiantes e orientações nutricionais, e, a despeito das múltiplas opções, deparou-se com a maioria dos pacientes não atingindo controle metabólico satisfatório, com evolução para lesões endoteliais. Estudos em andamento focam nos mecanismos patogênicos desencadeados pela hiperglicemia, a fim de reduzir ou bloquear a injúria vascular, sendo os principais objetivos reduzir a formação de DAG, AGEs e ROS, inibir o sistema NADPH-oxidase e PKC e prevenir a interação entre AGEs e seu receptor (RAGE). A seguir, os efeitos de algumas drogas em estudo que interferem na cascata metabólica induzida pela hiperglicemia:




                                       
 FONTES: 









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