segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Espécies reativas de nitrogênio, a ambiguidade!


O óxido nítrico (NO*) é um gás considerado um radical livre por possuir um elétron desemparelhado em seu último orbital.  Esse radical possui um efeito ambíguo no organismo, uma vez que é um importante mediador nos processos intra e extracelulares, possui grande permeabilidade em biomembranas (isso o torna um bom sinal para transdução molecular) e também é considerado um grande mediador celular do sistema imunológico (ajudando na eliminação de patógenos do organismo), mas também pode ser tóxico em situações de estresse oxidativo.

A formação de NO* é catalisada pela enzima óxido nítrico sintase (NOS) e existem isoformas homodiméricas dessa enzima – constitutiva e induzível. Essas duas formas utilizam o mesmo substrato - oxigênio (O2) e NADPH - e os mesmo cofatores - Flavina adenina dinucleotídeo (FAD), Flavina mononucleotídeo (FMN) e tetraidrobiopterina (BH4). A categoria constitutiva dessa enzima está relacionada à sinalização celular e à dependência de cálcio e calmodulina. A categoria induzível está relacionada ao sistema imunológico, visto que a NOS induzível é produzida por macrófagos. Essa duas categorias diferem no seu modo de regulação e na quantidade de NO* produzido.
 
O NO*, por outro lado, possui uma relação íntima com a produção de peroxinitrito (ONOO-). A reação entre o NO*e o O2- tem como produto o peroxinitrito, que é muito estável, muito tóxico e que oxida diversas moléculas biológicas, como DNA, RNA, proteínas e lipídios. Os maiores danos causados ao organismo, portanto, são devido ao peroxinitrito e não ao NO*.

A enzima superóxido dismutase atua como um importante antioxidante. Ela controla o tempo de vida do NO* na célula, limitando a quantidade de O2- para reagir com o NO*. Esse controle pode ser considerado importante nos casos de estresse oxidativo, que dá suporte para doenças tromboembólicas.

As espécies reativas de nitrogênio, portanto, podem estar ligadas à manutenção da homeostase do organismo e também ao estresse oxidativo, que é uma situação de desequilíbrio do organismo.

 
Fontes:


Hermes-Lima, M. Oxidative Stress and Medical Sciences, Chapter 1.

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